Paulo Mendes Faria
MENDES FARIA – Juiz de Fora , MG - 1946
Principais exposições individuais :
2006 – Galeria Anita Malfatti – Universidade Estácio de Sá - RJ
2005 - Centro Cultural Bernardo Mascarenhas – Juiz de Fora - MG
2004 - “Metamorfose “ - SESC – Petrópolis - RJ
2004 - Centro Cultural Pró-música – Juiz de Fora - MG
2003 - Parque de Exposições de ITAIPAVA - RJ
2002 - Canto da Cultura – Itaipava - RJ
1989 - Galeria FUNARTE – Mário Schemberg – São Paulo – SP
1988 - Galeria Cândido Mendes – Ipanema - RJ
1987 - Galeria Contemporânea - Leblon – RJ ”
1987 - Centro Cultural São Paulo -5 individuais evento paralelo à Bienal-SP
Exposições COLETIVAS em Museus , Bienais , Instituições e Salões de Arte :
2006 – London Biennale 2006 – draw_drawing_2 – Galeria 32 – Lonres - Inglaterra
2006 - Circuitos paralelos - Fred Forest – Paço das Artes - SP
2006 – Universidade Federal Fluminense – Outras Abstrações – Niterói – RJ
2005 – “Quero ser amigo da Lisette” – Casa da Xiclet – São Paulo - SP
2005 – MARP 2005 - Casa da Cultura – Ribeirão Preto - SP
2005 – 33O Salão de Arte Contemporânea de Sto. André – SP – Prêmio de Aquisição
2005 – Universidarte XIII – Faculdade Estácio de Sá - RJ
2004 – Museu Imperial / FUNARTE – “ Serra/Cerrado ” - Petrópolis - RJ
2004 – Forma , cor , espaço e movimento – Espaço CREA – Petrópolis - RJ
2004 - “Visões Convergentes” - Concurso CNN Espanol – Atlanta – USA – 2 Premio
2003 - Universidarte XI – Faculdade Estácio de Sá - RJ
2003 - Parque de Exposições em ITAIPAVA - RJ
2002 - I Circuito das Artes ITAIPAVA – RJ
2000 - Galeria Contorno – RJ e Galeria Toulouse - RJ
1991 - MAM – Museu de Arte Moderna - RJ - mostra da Coleção Cândido Mendes
1991 - Museu de Arte Contemporânea de Americana – SP - mostra “ OI Americana “
1991 - III BIENAL de Santos – SÃO PAULO
1990 - Museu Nacional de Belas Artes - Exposição “Século XX” - RJ
1990 - MAM em Brasília - “Armadilhas Selvagens” convidado por Bené Fonteles
1990 - Museu do Ingá Niterói – RJ , “5 Artistas no INGÁ “
1990 - 47 Salão PARANAENSE – Museu de Arte Contemporânea do Paraná .
1989 - MAM de São Paulo – SP - “I Prêmio Canson”
1989 - 46 Salão PARANAENSE - Curitiba – PR –
1989 - XIII Salão CARIOCA - RJ
1988 - Centro Cultural Cândido Mendes – Centro – RJ – “Serra abaixo “
1988 - VI Salão Paulista de Arte Contemporânea – SP
1988 - 45 Salão PARANAENSE - Curitiba – PR
1988 - XIII Salão de Arte de Ribeirão Preto – SP .
1987 - XI Salão CARIOCA – Metrô RJ -
1987 - 44 Salão PARANAENSE - Curitiba PR ,
1987 - Salão Nacional de Arte – Belo Horizonte – MG
1987 - Evento paralelo à Bienal de São Paulo - “5 artistas , 5 opções “ Centro Cultural SP
1987 - I “ Petrópolis URGENTE ” - com 35 artistas contemporâneos do Rio de Janeiro .
1986 - Museu de Arte Contemporânea de Campinas - “ARTE &COSMOS” - Campinas –SP.
1986 - Salão Arte Contemporânea - Pavilhão da Bienal de São Paulo - SP ,
1986 - V Salão de Arte do Pará - Belém
1986 - 43 Salão de ...
Descubra obras de arte contemporâneas de Paulo Mendes Faria, procure obras de arte recentes e compre on-line. Categorias: artistas contemporâneos brasileiros. Domínios artísticos: Escultura, Pintura. Tipo de conta: Artista , usuário desde 2006 (País de origem Brasil). Compre as últimas obras de Paulo Mendes Faria no Artmajeur: Paulo Mendes Faria: Descubra impressionantes obras do artista contemporâneo. Navegue obras de arte, comprar obras originais ou impressões de luxo.
Classificação do artista, Biografia, Estúdio do artista:
Esculpinturas de.cor.ativa • 8 obras
Ver tudoNão é pintura e nem escultura...
Nasceu de uma brincadeira entre as duas ...
São personalidades independentes com desenvoltura própria, digamos que são peças, em forma de ripas ou caixas tortas, de cores vibrantes como as pinturas e volumosas como as esculturas
São obras tridimensionais supercoloridas confeccionadas com o emborrachado etileno vinil acetato sobre madeira.
Alguns problemas da pintura e da escultura são abordados nesta série .
Seguindo a tradição construtiva brasileira venho elaborando uma linguagem mais sensível do que geométrica ... Corto, recorto, colo, empilho, com paciência, milhares de pedacinhos multicoloridos de Etileno Vinil Acetato, vulgarmente chamado de E.V. A encontrado em qualquer papelaria e anteriormente só utilizado nas decorações de festas infantis e alguns brindes.
“Mendes Faria : uma poética de pólos opostos que se fundem .” disse Olívio Tavares em 1989...
e novamente estou diante desta luta entre o sensível e o mental . O diferencial desta série se dá pelo uso abusivo das cores , a aguda lucidez e extremo prazer que trabalho produzindo energia e gerando movimento, porque além do colorido ativo os formatos abaolados suscitam diferentes leituras da mesma obra .
Esculpinturas de.cor.ativas são alegres, sensuais , boas de ver, de pegar e servem até para decorar...
Mendes faria
2006
Reconhecimento
As obras do artista têm sido notadas pela redação
Biografia
MENDES FARIA – Juiz de Fora , MG - 1946
Principais exposições individuais :
2006 – Galeria Anita Malfatti – Universidade Estácio de Sá - RJ
2005 - Centro Cultural Bernardo Mascarenhas – Juiz de Fora - MG
2004 - “Metamorfose “ - SESC – Petrópolis - RJ
2004 - Centro Cultural Pró-música – Juiz de Fora - MG
2003 - Parque de Exposições de ITAIPAVA - RJ
2002 - Canto da Cultura – Itaipava - RJ
1989 - Galeria FUNARTE – Mário Schemberg – São Paulo – SP
1988 - Galeria Cândido Mendes – Ipanema - RJ
1987 - Galeria Contemporânea - Leblon – RJ ”
1987 - Centro Cultural São Paulo -5 individuais evento paralelo à Bienal-SP
Exposições COLETIVAS em Museus , Bienais , Instituições e Salões de Arte :
2006 – London Biennale 2006 – draw_drawing_2 – Galeria 32 – Lonres - Inglaterra
2006 - Circuitos paralelos - Fred Forest – Paço das Artes - SP
2006 – Universidade Federal Fluminense – Outras Abstrações – Niterói – RJ
2005 – “Quero ser amigo da Lisette” – Casa da Xiclet – São Paulo - SP
2005 – MARP 2005 - Casa da Cultura – Ribeirão Preto - SP
2005 – 33O Salão de Arte Contemporânea de Sto. André – SP – Prêmio de Aquisição
2005 – Universidarte XIII – Faculdade Estácio de Sá - RJ
2004 – Museu Imperial / FUNARTE – “ Serra/Cerrado ” - Petrópolis - RJ
2004 – Forma , cor , espaço e movimento – Espaço CREA – Petrópolis - RJ
2004 - “Visões Convergentes” - Concurso CNN Espanol – Atlanta – USA – 2 Premio
2003 - Universidarte XI – Faculdade Estácio de Sá - RJ
2003 - Parque de Exposições em ITAIPAVA - RJ
2002 - I Circuito das Artes ITAIPAVA – RJ
2000 - Galeria Contorno – RJ e Galeria Toulouse - RJ
1991 - MAM – Museu de Arte Moderna - RJ - mostra da Coleção Cândido Mendes
1991 - Museu de Arte Contemporânea de Americana – SP - mostra “ OI Americana “
1991 - III BIENAL de Santos – SÃO PAULO
1990 - Museu Nacional de Belas Artes - Exposição “Século XX” - RJ
1990 - MAM em Brasília - “Armadilhas Selvagens” convidado por Bené Fonteles
1990 - Museu do Ingá Niterói – RJ , “5 Artistas no INGÁ “
1990 - 47 Salão PARANAENSE – Museu de Arte Contemporânea do Paraná .
1989 - MAM de São Paulo – SP - “I Prêmio Canson”
1989 - 46 Salão PARANAENSE - Curitiba – PR –
1989 - XIII Salão CARIOCA - RJ
1988 - Centro Cultural Cândido Mendes – Centro – RJ – “Serra abaixo “
1988 - VI Salão Paulista de Arte Contemporânea – SP
1988 - 45 Salão PARANAENSE - Curitiba – PR
1988 - XIII Salão de Arte de Ribeirão Preto – SP .
1987 - XI Salão CARIOCA – Metrô RJ -
1987 - 44 Salão PARANAENSE - Curitiba PR ,
1987 - Salão Nacional de Arte – Belo Horizonte – MG
1987 - Evento paralelo à Bienal de São Paulo - “5 artistas , 5 opções “ Centro Cultural SP
1987 - I “ Petrópolis URGENTE ” - com 35 artistas contemporâneos do Rio de Janeiro .
1986 - Museu de Arte Contemporânea de Campinas - “ARTE &COSMOS” - Campinas –SP.
1986 - Salão Arte Contemporânea - Pavilhão da Bienal de São Paulo - SP ,
1986 - V Salão de Arte do Pará - Belém
1986 - 43 Salão de ...
- Nacionalidade: BRASIL
- Data de nascimento : 1946
- Domínios artísticos:
- Grupos: Artistas Contemporâneos Brasileiros
Influências
Treinamento
Valor do artista certificado
Conquistas
Atividade na Artmajeur
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arte hoje e sempre
MENDES FARIA – Juiz de Fora , MG - 1946
Principais exposições individuais :
2006 – Galeria Anita Malfatti – Universidade Estácio de Sá - RJ
2005 - Centro Cultural Bernardo Mascarenhas – Juiz de Fora - MG
2004 - “Metamorfose “ - SESC – Petrópolis - RJ
2004 - Centro Cultural Pró-música – Juiz de Fora - MG
2003 - Parque de Exposições de ITAIPAVA - RJ
2002 - Canto da Cultura – Itaipava - RJ
1989 - Galeria FUNARTE – Mário Schemberg – São Paulo – SP
1988 - Galeria Cândido Mendes – Ipanema - RJ
1987 - Galeria Contemporânea - Leblon – RJ ”
1987 - Centro Cultural São Paulo -5 individuais evento paralelo à Bienal-SP
Exposições COLETIVAS em Museus , Bienais , Instituições e Salões de Arte :
2006 – London Biennale 2006 – draw_drawing_2 – Galeria 32 – Lonres - Inglaterra
2006 - Circuitos paralelos - Fred Forest – Paço das Artes - SP
2006 – Universidade Federal Fluminense – Outras Abstrações – Niterói – RJ
2005 – “Quero ser amigo da Lisette” – Casa da Xiclet – São Paulo - SP
2005 – MARP 2005 - Casa da Cultura – Ribeirão Preto - SP
2005 – 33O Salão de Arte Contemporânea de Sto. André – SP – Prêmio de Aquisição
2005 – Universidarte XIII – Faculdade Estácio de Sá - RJ
2004 – Museu Imperial / FUNARTE – “ Serra/Cerrado ” - Petrópolis - RJ
2004 – Forma , cor , espaço e movimento – Espaço CREA – Petrópolis - RJ
2004 - “Visões Convergentes” - Concurso CNN Espanol – Atlanta – USA – 2 Premio
2003 - Universidarte XI – Faculdade Estácio de Sá - RJ
2003 - Parque de Exposições em ITAIPAVA - RJ
2002 - I Circuito das Artes ITAIPAVA – RJ
2000 - Galeria Contorno – RJ e Galeria Toulouse - RJ
1991 - MAM – Museu de Arte Moderna - RJ - mostra da Coleção Cândido Mendes
1991 - Museu de Arte Contemporânea de Americana – SP - mostra “ OI Americana “
1991 - III BIENAL de Santos – SÃO PAULO
1990 - Museu Nacional de Belas Artes - Exposição “Século XX” - RJ
1990 - MAM em Brasília - “Armadilhas Selvagens” convidado por Bené Fonteles
1990 - Museu do Ingá Niterói – RJ , “5 Artistas no INGÁ “
1990 - 47 Salão PARANAENSE – Museu de Arte Contemporânea do Paraná .
1989 - MAM de São Paulo – SP - “I Prêmio Canson”
1989 - 46 Salão PARANAENSE - Curitiba – PR –
1989 - XIII Salão CARIOCA - RJ
1988 - Centro Cultural Cândido Mendes – Centro – RJ – “Serra abaixo “
1988 - VI Salão Paulista de Arte Contemporânea – SP
1988 - 45 Salão PARANAENSE - Curitiba – PR
1988 - XIII Salão de Arte de Ribeirão Preto – SP .
1987 - XI Salão CARIOCA – Metrô RJ -
1987 - 44 Salão PARANAENSE - Curitiba PR ,
1987 - Salão Nacional de Arte – Belo Horizonte – MG
1987 - Evento paralelo à Bienal de São Paulo - “5 artistas , 5 opções “ Centro Cultural SP
1987 - I “ Petrópolis URGENTE ” - com 35 artistas contemporâneos do Rio de Janeiro .
1986 - Museu de Arte Contemporânea de Campinas - “ARTE &COSMOS” - Campinas –SP.
1986 - Salão Arte Contemporânea - Pavilhão da Bienal de São Paulo - SP ,
1986 - V Salão de Arte do Pará - Belém
1986 - 43 Salão de Arte Paranaense – Curitiba – PR .
1986 - X Salão CARIOCA – RIOARTE – RJ
1986 - IV Salão Paulista de Arte Contemporânea – São Paulo – SP
1985 - XII Salão de Arte Contemporânea de Campinas – SP
1985 - “10 Pintores” no Centro Cultural Petrópolis – RJ .
1983 - Palácio Itaboraí - Artistas Contemporâneos – Petrópolis – RJ .
1979/ 80/ 81 - Galerias Opus e Centro Artes em Brasília – DF/ Galeria Eucatexpo – RJ
1976 - LXXXI Salão Nacional de Belas Artes - RJ – Prêmio Menção Honrosa.
1969 - Salão de alunos da ENBA - UFRJ - Primeiro Prêmio de Pintura
Mendes Faria : uma poética feita de pólos opostos que se fundem
Texto escrito por Olívio Tavares de Araújo sobre o trabalho do artista plástico Paulo Mendes Faria impresso na íntegra no convite-jornal enviada a todos . ( uma página do Jornal do Brasil feita especialmente para a exposição )
Mendes Faria : uma poética feita de pólos opostos que se fundem
“Tenho sempre dito que os salões tão combatidos inclusive por artistas – continuam sendo um dos poucos meios pelos quais eles próprios têm acesso ao circuito , num determinado estágio da carreira . Isso é ainda mais verdadeiro quando sua produção não se encaixa nos modelos de consumo , sobretudo a pintura e a gravura . ( Até o desenho , no Brasil é meio maldito .) Assim foi graças a diversos salões , ao longo dos últimos três anos que conheci o trabalho de Paulo Mendes Faria e pude acompanhar e inteligir sua proposta . Ela concilia , com extrema adequação e senso de medida , uma vontade construtiva com um elemento meio lúdico , passando por problemas como a utilização dos suportes não convencionais , a precariedade do objeto , sua perecibilidade , o choque entre o material pobre e o refinamento da linguagem geométrica , etc .
Mendes Faria vem de um passado de desenhista e pintor que ele mesmo descreve como "convencional " . Foi no começo dos anos 80 que passou a questionar toda sua produção até então e em função disso se mudou para Petrópolis e trabalhou , entre 1982 e 85 , sob a orientação de Katie Van Scherpenberg . de sua convivência com Katie , no NEART – Núcleo Experimental de Arte – nasceu a visão da criação mais como discutidora de problemas que como a simples solução estetizante de formas corretamente resolvidas no espaço . Da era pós – Katie , datam as primeiras experiências com o material , que , a partir daí , o caracteriza : blocos de jornais velhos , que Mendes Faria recorta , enrola , dobra ou amassa .
O título desta exposição é , a rigor , um bom jogo de palavras que pode distrair do cerne da obra . A notícia , a informação veiculada no jornal , definitivamente não integra a linguagem expressiva de Faria – nem lhe serve de “conteúdo “. Suas obras poderiam ser feitas com qualquer outro tipo de papel que tivesse o mesmo volume , a mesma textura e reagisse da mesma forma à ação diretora e formadora do artista . Não deixa de ter charme , entretanto , o fato de que o jornal traz sobre si um conjunto de signos impressos em off-set e é , em última instância , um tipo de gravura . Contando , em sua trajetória com a experiência bidimensional da gráfica , num plano metafórico Mendes Faria estaria fundindo , hoje , seu passado em seu presente . Mas , no plano mais concreto o que ele funde , na verdade , é sua vontade de forma racional - concentrada em torno de triângulos , círculos , cilíndros e esferas - com a provocação "nonchalante" do material perecível e desprezável . E é justamente essa fusão de opostos que constitui seu achado e possibilita a ignição de sua poética . Realizada sobre qualquer outro suporte mais tradicional – a pedra , o mármore , mesmo a madeira - , a escultura de Mendes Faria se tornaria prosaica . São as pequenas irregularidades de corte , a indisciplina das aparas , a organicidade das superfícies texturadas , a consciência de que essa obra - tão bem estruturada - não vai durar , lhe conferem encanto e interesse . Nosso interesse nasce do inesperado , do contraditório , do jogo ambíguo contido dentro de limites tão precisos. "
"Uma das grandes seduções da arte povera sempre foi , sem dúvida , a negação da nobreza obrigatória do material . Fez-nos rever os fragmentos , as coisinhas , os restos , orgânicos ou não , de pedacinhos de arame a pedacinhos de tecido , bolinhas de algodão, galhinhos , feltros , parafinas , substancias naturais instáveis , tudo reunido , de maneira a nos impor , quase , um olhar novo , de criança , a descobrir o universo . É ainda da natureza da arte povera o saber manter-se sutil , empírica , instintiva , lírica , paradoxal , num pólo muito mais "dionisíaco" que "apolínio" , no qual a emoção pré-domina sobre a razão . Alguns destes adjetivos , pelo menos parcialmente , se aplicam ao trabalho de Paulo Mendes Faria - assim como , ao recolocar a madeira , a tela e os jornais em novo contexto , ele nos obriga a revê-lo , a redescobrí-lo .
Há , sem dúvida , um back-ground de arte povera em sua produção , manifestado também na perecibilidade . Mas a tudo isso se sobrepõe , o lado apolínio de sua personalidade , que conduz a sua opção construtiva . Seu espectro vai da definição absoluta de colunas triangulares até a relativa informalidade de montes de bolas amassadas - mas tudo resulta , em última instância , numa organização da qual o acaso é afastado .
No fundo , ele se reaproxima e se nutre do componente mais essencial da arte , que é : impor , ao caos , o cosmos . E disso surge , sempre , um tipo de beleza : a beleza das formas " estáveis , permanentes e necessárias " , das quais fala um poema de Drumond .
Texto do crítico de arte Olívio Tavares de Araujo para uma exposição realizada na FUNARTE - SP . 15 de Junho a 09 de Julho de 1989
Artigo
MENDES FARIA – Juiz de Fora , MG - 1946
Principais exposições individuais :
2006 – Galeria Anita Malfatti – Universidade Estácio de Sá - RJ
2005 - Centro Cultural Bernardo Mascarenhas – Juiz de Fora - MG
2004 - “Metamorfose “ - SESC – Petrópolis - RJ
2004 - Centro Cultural Pró-música – Juiz de Fora - MG
2003 - Parque de Exposições de ITAIPAVA - RJ
2002 - Canto da Cultura – Itaipava - RJ
1989 - Galeria FUNARTE – Mário Schemberg – São Paulo – SP
1988 - Galeria Cândido Mendes – Ipanema - RJ
1987 - Galeria Contemporânea - Leblon – RJ ”
1987 - Centro Cultural São Paulo -5 individuais evento paralelo à Bienal-SP
Exposições COLETIVAS em Museus , Bienais , Instituições e Salões de Arte :
2006 – London Biennale 2006 – draw_drawing_2 – Galeria 32 – Lonres - Inglaterra
2005 – 33O Salão de Arte Contemporânea de Sto. André – SP – Prêmio de Aquisição
2004 - “Visões Convergentes” - Concurso CNN Espanol – Atlanta – USA – 2 Premio
1989 - MAM de São Paulo – SP - “I Prêmio Canson”
1976 - LXXXI Salão Nacional de Belas Artes - RJ – Prêmio Menção Honrosa.
1969 - Salão de alunos da ENBA - UFRJ - Primeiro Prêmio de Pintura
atelier em Petrópolis - RJ - Brasil
Textos críticos
TEXTOS CRÍTICOS :
Alguns dos mais importantes críticos de arte , e inclusive artistas , já se referiram sobre a trajetória do processo do artista como nos trechos abaixo :
1 - Parte de um texto do crítico Olívio Tavares de Araujo para o convite da exposição “Esculpindo a Notícia “ realizada na FUNARTE -SP . 89 - : "...foi graças a diversos salões , ao longo dos últimos três anos que conheci o trabalho de Paulo Mendes Faria e pude acompanhar e inteligir sua proposta . Ela concilia , com extrema adequação e senso de medida , uma vontade construtiva com um elemento meio lúdico , passando por problemas como a utilização dos suportes não convencionais , a precariedade do objeto , sua perecibilidade , o choque entre o material pobre e o refinamento da linguagem geométrica , etc .... Mendes Faria vem de um passado de desenhista e pintor que ele mesmo descreve como "convencional ".
"... Contando , em sua trajetória com a experiência bidimensional da gráfica , num plano metafórico Mendes Faria estaria fundindo , hoje , seu passado em seu presente . Mas , no plano mais concreto o que ele funde , na verdade , é sua vontade de forma racional - concentrada em torno de triângulos , círculos , cilíndros e esferas - com a provocação "nonchalante " do material perecível e desprezável . E é justamente essa fusão de opostos que constitui seu achado e possibilita a ignição de sua poética .
"....as pequenas irregularidades de corte , a indisciplina das aparas , a organicidade das superfícies texturadas , a consciência de que essa obra - tão bem estruturada - não vai durar , lhe conferem encanto e interesse . Nosso interesse nasce do inesperado , do contraditório , do jogo ambíguo contido dentro de limites tão precisos. "
"Uma das grandes seduções da arte povera sempre foi , sem dúvida , a negação da nobreza obrigatória do material . Fez-nos rever os fragmentos , as coisinhas , os restos , orgânicos ou não , de pedacinhos de arame a pedacinhos de tecido , bolinhas de algodão, galhinhos , feltros , parafinas , substancias naturais instáveis , tudo reunido , de maneira a nos impor , quase , um olhar novo , de criança , a descobrir o universo . É ainda da natureza da arte povera o saber manter-se sutil , empírica , instintiva , lírica , paradoxal , num pólo muito mais "dionisíaco" que "apolínio", no qual a emoção pré-domina sobre a razão . Alguns destes adjetivos , pelo menos parcialmente , se aplicam ao trabalho de Paulo Mendes Faria - assim como , ao recolocar a madeira , a tela e os jornais em novo contexto , ele nos obriga a revê-lo , a redescobrí-lo .
“Há , sem dúvida , um back-ground de arte povera em sua produção , manifestado também na perecibilidade . Mas a tudo isso se sobrepõe , o lado apolínio de sua personalidade , que conduz a sua opção construtiva . Seu espectro vai da definição absoluta de colunas triangulares até a relativa informalidade de montes de bolas amassadas - mas tudo resulta , em última instância , numa organização da qual o acaso é afastado .
“No fundo , ele se re- aproxima e se nutre do componente mais essencial da arte , que é: impor , ao caos , o cosmos . E disso surge , sempre , um tipo de beleza : a beleza das formas " estáveis , permanentes e necessárias ", das quais fala um poema de Drumond .”
2 - Comenta o crítico Marc Berkowitz , em convite para a exposição “Formas & Ritmos “ realizada na Galeria Contemporânea – RJ
“Vi os primeiros trabalhos de Mendes Faria há mais de dezessete anos , e tenho seguido a sua trajetória , ainda que com longos intervalos . Mendes Faria sempre foi independente e persistente . Persistente em sua ânsia de conseguir , de vencer as dificuldades técnicas e outras . Independente , também , no sentido de não seguir as tendências da moda , de querer encontrar soluções pessoais e uma linguagem própria .
“A fragmentação da tela oferece a Mendes Faria múltiplas possibilidades – todas bastante pessoais – para chegar ao resultado almejado . Os “puzzles” que ele cria desafiam o espectador , e até o próprio artista , quando juntos , formam um todo que pode ser de grande beleza plástica.”
“Mendes Faria é um artista ainda jovem que certamente merece ser visto e observado . A sua produção atual interessa , e o interesse vai aumentando com o passar do tempo “.
3 - Valmir Ayala , 1982 - texto para convite de exposição diz o seguinte :
“ O ofício de Mendes Faria parte da premissa básica da necessidade de aprimorar o instrumental técnico , colocando-o a serviço de uma determinada visão da realidade . Diferentemente dos cultores do instinto que concentram no gestualismo e no registro automático a força de sua expressão , Mendes Faria liga-se , nesta fase , aos surrealistas e metafísicos , elaborando espaços vivências com uma nitidez formal , construindo ambientes oníricos onde entidades simbólicas contracenam num jogo de ordem intelectual ..”
“O espírito oscilando perplexo , entre a dúvida e o desejo , a alma tentando tocar o interior e o exterior das coisas , numa citação de Ghandi , e nesta confissão ideológica o grande sonho de paz , pela qual o próprio Ghandi se imolou . Uma coisa manteve-se intacta na evolução de Mendes Faria , e foi exatamente a exigência técnica , pela qual sem dúvida o espírito do artista almejou a perspectiva da perfeição . “
“Confessadamente , a liberdade é sua meta – conceituação que se enraíza nas experiências de fases anteriores , onde houve sempre o princípio de um jogo comandado por forças mais altas .
“Assim cresce este jovem artista , de mão segura e consciência apaziguada , tentando tocar uma dimensão rara e simbólica da realidade , uma realidade interior cujo destino será corrigir os desacertos do mundo exterior . “
4 - Em 1988 , Vilma Homero diz em sua coluna de artes plásticas da Tribuna da Imprensa – RJ
“O jornal , o pedaço de papel que você está lendo neste exato minuto pode ser uma obra de arte . Não o que está escrito , as idéias impressas em letra de forma , mas pura e simplesmente o papel ele serve como matéria – prima para as esculturas que o mineiro Mendes Faria expõe a partir de amanhã , no Centro Cândido Mendes , de Ipanema . Num paciente trabalho de recorte e colagem , pilhas de jornal mais parecem um enorme livro possível de ser folheado interminavelmente . Ou se preferir numa sanfona de papel com a altura de um homem . As formas são tantas quantas imagina a cabeça do artista , que chega a usar numa mesma escultura 80 mil pedaços de jornal colados . Porém a parte externa do material , não é o mais importante ; importa é o processo e o conceito essencial , que transcende aos limites do visível , comenta Mendes Faria , cujas nove peças que agora expõe são o resultado de uma trajetória que “depois de muita pintura e muito desenho “ chega a escultura . nesta fase o artista quer acentuar a questão da forma , da repetição , e questionar a utilização dos materiais e dos suportes tradicionais . “
5 - Palavras do presidente da Associação de Críticos de Arte – RJ e diretor do Museu do Ingá - Geraldo Edson de Andrade no Jornal “Ultima Hora “ – 06/09/88:
“Esta semana são poucas as boas exposições . Mendes Faria surpreendentemente saiu de uma pintura apenas comercial para um trabalho mais consistente , mais pessoal . E encontra agora a escultura , utilizando , como material , o jornal cortado , empilhado e colado em formas esculturais . Como acentua o artista “nesta fase procuro evidenciar o problema da forma , da repetição além do questionamento dos materiais e dos suportes tradicionais " . Na exposição serão mostradas nove peças , com milhares de pedaços de jornal cortados e colados – Galeria Cândido Mendes – Ipanema – RJ . “
6 - Jornalista e crítico de arte Walter Sebastião - Na “Tribuna de Minas “ – 85 :
“Mendes Faria – A arte como um exercício de evolução , numa pesquisa de cores , formas e superfícies . Com novas imagens que denotam a preocupação de ir além dos limites o artista desenvolveu suas novas pinturas abstratas , explorando o gesto de pintar resultado de um período onde parou de pintar e se dedicou ao estudo e a reflexão sobre o trabalho artístico , “procurando me localizar em sintonia com o meu tempo “ . Paulo Cezar Mendes Faria é de Juiz de Fora , mora em Petrópolis , e vem realizando inúmeras exposições individuais e coletivas , no Rio , São Paulo , Brasília e Minas Gerais . O artista um operário da sensibilidade . Para Mendes Faria o “verdadeiro artista “é o que realiza a arte de criar a si mesmo , a arte de se superar , a arte do conhecimento e a arte de criar uma nova individualidade . “
7- No “Jornal do Commercio “ - Valmir Ayala em 21 maio 1987 :
“Mendes Faria – pintor de longa data , tem a coragem de afirmar , na exposição a inaugurar-se no próximo dia 26 , na Galeria Contemporânea – RJ , que está começando agora . Depois de longa experiência figurativa , Mendes Faria aborda o vocabulário construtivo para fixar suas inquietudes espirituais e existenciais , na trilha de um conhecimento que engloba a lógica e o sentimento da vida , numa espécie de código mágico e enigmático . Endereço da Galeria : Rua Gen. Urquiza 65 , loja 05 . No dia 29 Mendes faria inaugura exposição também no Centro de Cultura em Petrópolis . “
8- O crítico de arte Marcos Rizolli em convite da exposição “Arte Cosmos “em 1986 Museu de Arte Contemporânea de Campinas – SP :
“Acontecimentos plástico visuais buscam , na reação sensível do cosmo uma cinética de grande interesse matérico . Superfícies absorvem massas volumosas , relevos e saliências A busca da natureza esotérica : apresenta freqüentemente temas ligados à terra e ao espaço . Bené Fonteles , Roberto Micoli , Mendes Faria , Leo Cocinas , Vera Ferro , Danilo di Prete , Heloisa Alvim , Fernado Odriozola e Paulo Brusky são artistas plásticos que se destacam pela significativa contribuição que desempenham em seu tempo . Indagadores das ordens universais realizam – cada um à sua linguagem – novas situações visuais que revelam a existência sensorial do homem . Arte : manifesto do ser .
Mendes Faria preparou para esta exposição sua obra “o Ignorado “ em homenagem ao cometa Halley e baseado em pensamento do mestre Raumsol - “Tudo o que o homem ignora não existe para ele ; logo a Criação se reduz para cada um ao tamanho do que abrange o seu saber ” . O Halley 86 ainda é algo ignorado para a grande maioria . A Criação e o criador continuam também sendo ignorados para muitos . “
9- Frederico Morais – 01/ 1987 em catálogo para exposição Petrópolis Urgente :
“Só há uma urgência – a da arte : Todas as demais me provocam tédio , desconfiança e pessimismo . Só a arte pode nos salvar . Ana Maria Lessa , Denise Campinho , Mendes Faria e Sara Malenchini se reuniram para promover este evento , isto é , para agitar , para polemizar e derrubar os monumentos do conformismo , da indiferença , da lentidão , para urgenciar o reinado da arte .
“... A melhor pedida para este fim de semana é subir a serra e participar do Encontro de Arte Contemporânea – Petrópolis Urgente , coletiva de 36 artistas , convidados pelo grupo organizador da mostra os componentes do Núcleo experimental de Arte – NEART - ....”
10- Reynaldo Roels no Jornal do Brasil – 1987 , sobre o mesmo evento :
“ Petrópolis , uma cidade que , de Imperial , hoje só tem o Museu , está pedindo socorro para entrar na modernidade , ou melhor , para entrar em uma modernidade que não se limite à especulação imobiliária que nos últimos anos deformou o seu pacato perfil . No próximo fim de semana será inaugurado “Petrópolis Urgente “encontro de 36 importantes artistas da serra e do Rio . Dentre eles Ana Bella Geiger , Daniel Senise , Jorge Guinle Filho , Manfredo Souza Neto , Ronaldo Rego , Paulo Roberto Leal , Maurício Bentes , Vitor Arruda dentre muitos outros .Na coordenação do grito de socorro estão os artistas Ana Maria Lessa , Denise Campinho , Mendes Faria e Sara Malenchini . A proposta é radical : inverter posições , rever conceitos , quebrar dogmas ... E tudo isso em Petrópolis , que aparentemente só se alimentava da modernidade quando descia a serra e respirava o ar poluído , mas revigorante do Rio de Janeiro .”
11– o artista plástico Luiz Áquila – em convite para exposição no Centro Cultural São Paulo , se refere ao grupo organizado por Mendes Faria : “... são artistas de Petrópolis ou que vivem em Petrópolis , o que quer dizer viver as dificuldades do isolamento perto de um grande centro como o Rio de Janeiro ..... tem sido com grande alegria e espanto que vejo o nascimento desses artistas que agora expõe em São Paulo . Eles são um bom exemplo do que se pode fazer quando se tem uma real necessidade de expressão .
Nesta mostra pode-se observar que , reforçados pelo coletivo , cada um dos cinco artistas mantém sua individualidade e seu caminho a percorrer ...”
12- Palavras do artista Sami Mattar :
“O artista que entra em contato com a fonte da vida infinita , mesmo não lhe compreendendo a verdadeira causa , é um criador !
A semente causa a vida da planta – o ovo a vida da ave . Só uma causa infinita pode criar vida finita . O artista é o agente criador que deve dar algo de si .
“Aquilo que é ( segundo Einstein ) não conduz a nenhum caminho para aquilo que deve ser “. A arte de Mendes Faria vem do subjetivo para o objetivo , do infinito para p finito ; é um artista que procura dar algo de si.”
13- Tancredo Araujo :
“Mendes Faria está dentro desta geração que sem pressa vai rompendo e compondo seu caminho . Somente no dia a dia , na integração de um todo que irá registrando em seu diário de cor , linha e técnica , suas descobertas , seus encontros , seu eu enriquecido é que poderá realizar a obra que se propõe e que agora já apresenta alguns resultados . “
14 - Artur Xéxeo do Jornal do Brasil – 29/08/88 – “.....Mendes Faria rompeu com o estilo acadêmico da pintura , ao qual se dedicou por bons anos adquiridos segundo ele n a “deformação profissional “da Escola de Belas Artes e partiu para a repetição da forma , passando a preocupar-se ainda com o espaço e a perspectiva . A antiga fase , ironicamente a que lhe rendeu lucros – vendia tudo que fazia – o artista não gosta de lembrar , considerando-a falsa vanguarda . Além da originalidade do material empregado nas esculturas , igualmente criativos são os títulos , como “Leitura Dinâmica “, “Espirolo”, “Diário de Artista “e “Coluna de Arte “.... Com toda a experiência , ele considera a que irá montar na Galeria Cândido Mendes – Ipanema – a mais importante de todas , por investir no desconhecido e desafiando o gosto popular ......””Acho que cheguei a um ponto de definição como artista plástico . A arte tem muitos caminhos e a vida é curta . Perdi muito tempo com alguns deles .”disse ele referindo-se às sua fases anteriores ...”
exposições
COR e CONSTRUÇÃO
No início dos anos 80, quando Mendes Faria questiona sua produção como desenhista e pintor, o emprego de materiais pouco ortodoxos e precários surge como uma intensa alternativa, direcionando um estilo formal e conceitual que irá marcar toda sua trajetória artística. Jornais amassados, cortados, enrolados, empilhados; palitos enfileirados ou justapostos; papelões, pregos, botões e diversas sucatas industriais passaram a constituir um repertório poético, no qual se debate o esforço do artista em conciliar liberdade estrutural ao rigor construtivo. Neste embate, o gosto pela manipulação da matéria alimentou uma produção feita de mutação alquímica, ao longo de quase três décadas dedicadas à pesquisa artística.
Em seu projeto atual, Mendes Faria traz a Juiz de Fora a exposição “Metamorfose” que revigora um percurso de trabalho já reconhecido, não apenas por sua participação em importantes salões de arte, museus e galerias, mas, sobretudo, por seu comprometimento, seriedade e engajamento no pensar da arte como processo consciente e responsável, sendo o resultado natural de um extenso percurso de investigação.
A obra de Mendes Faria sintetiza o desejo da efetiva produção de idéias visíveis pelo viés de um código próprio, sem indicações intermediárias e sem quaisquer transcrições literárias ou analógicas. Em busca da essência de sua linguagem sua obra se mostra como objeto substantivo, como espaço que condensa a experiência perceptiva e o fazer artístico como caminho particular definido pelo artista como “constante exercício de evolução mental, sensível e espiritual”.
Na série “Metamorfose”, o artista transforma retalhos coloridos de borracha em atividade estrutural organizada em seqüências experimentais. Como decorrência deste processo surge um léxico visual que explora as qualidades latentes do material com especial atenção para a conjugação estreita entre a espacialidade das formas e a vibração das cores. Por meio de tiras, colunas, espirais e círculos cada obra se apresenta como um segmento de convergência da essência construtiva do artista, denunciando seu ritmo de vida e trabalho transposto em sua poesia e em seu extremo senso de medida e equilíbrio.
Ricardo Cristófaro
Junho / 2005