Jack Mast

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Lançada pelo selo Toquinha, da Toca Disc, a obra “O Amigo Imaginário”, de Alessandra Bourdot,Ilustrações: Jack Mast

01/04/2008 - 10:27

Foi viajar e nem me levou?

Lançada pelo selo Toquinha, da Toca Disc, a obra “O Amigo Imaginário”, de Alessandra Bourdot, apresenta de forma lúdica a questão da perda aos pequenos leitores.

Lançado pelo selo Toquinha, da Toca Disc, a obra O Amigo Imaginário, de Alessandra Bourdot, trabalha com os pequenos leitores a questão da perda e os sentimentos que a cerceiam. Pais e educadores podem se valer da história de Pedro – um garoto de oito anos, que após ouvir de sua mãe “Seu irmão foi viajar” se deparou com situações inesperadas – para falar de saudade, tristeza e amor com as crianças.

Em tempos modernos, as explicações fantásticas como “Seu avô virou estrela. Aquela mais brilhante do céu” ou “Você nasceu de um broto de feijão” para as conhecidas questões delicadas já não surtem efeito. Os meios de comunicação deixaram de distinguir suas temáticas e inevitavelmente a criança terá contato com a verdade. Embora a verdade em si seja benéfica, é certo que esta apresentação precisa ser direcionada.

Para tanto, obra apresenta a questão com uma narrativa repleta de ludicidade. Após a ‘viagem’ de Carlinhos, seu irmão, Pedro passa por um período de rejeição e revolta, mas quando torna a encontrá-lo, como um amigo imaginário, e é ele lhe explica o que realmente aconteceu. Dessa forma, a aceitação acontece com naturalidade e abre espaço para que o amor, sentimento que desencadeou a dor da perda, permaneça.

Mas a autora também sabe que criança sem resposta é sinônimo de outra pergunta, tanto quanto que são estas mesmas perguntas as responsáveis pela formação de um indivíduo crítico e criativo. A partir disto, Alessandra Bourdot, apresenta algumas explicações para algumas dúvidas recorrentes como “Para onde vamos?”, “Existe céu e inferno?”, “O que é morrer?”, “Nós nunca mais o encontraremos?”.

Contudo, o viés apresentado não se propõe a levar uma verdade e sim a levantar às crianças possibilidades e proporcionar aos pais e educadores uma forma de abordagem. Para completar a construção do enredo, as ilustrações de Jack Mast são mais uma ferramenta de trabalho com o imaginário infantil, por meio da linguagem artística.