Paulo Di Santoro

O tema escolhido é baseado no caminhar da figura feminina em várias situações e o objetivo é mostrar o comportamento, a forma e a graça da mulher.

A minha inspiração começou na observação do caminhar das mulheres de salto alto, geralmente de saia ou vestido, com suas curvas graciosamente acentuadas e bem definidas.

Caminhando ou em pé, parada, precisa expressar certa sensualidade naturalmente.
Uma preocupação minha é com o desenho da estrutura corporal, sendo o mais perfeito possível, até para melhorar as minhas habilidades no desenho da anatomia humana. Tenho sempre essa preocupação.

Outra preocupação é resgatar a feminilidade da mulher que aprecio muito e nos dias de
hoje vejo muito pouco.

Estou realizando esse trabalho com a técnica de aquarela. É uma técnica extremamente difícil e senti que avancei muito no domínio, em minha última série produzida.

Por isso, pretendo continuar a utilizá-la, com o objetivo de alcançar uma plasticidade maior na representação do tema selecionado.

Trabalhei com cores fortes na série anterior, isso foi proposital para conhecer melhor os limites e o colorido do que poderia conseguir.

Mas, para essa série, busco trabalhar com uma maior transparência, procurando uma cor mais limpa e uma mistura das tonalidades mais interessantes.

Nessa série, sinto que posso evoluir mais um pouco na minha técnica de aquarela, no uso das cores fortes e no equilíbrio entre a transparência e a opacidade.

Outro ponto importante nessa série é o avanço no desenvolvimento da composição, deixando o aleatório e passando para um estudo mais apurado.

Selecionei várias imagens que encontrei pela internet, das figuras femininas dentro do tema da minha inspiração, para usar de referência. Dessa forma, todo o ambiente pictórico é criado para alcançar a melhor plasticidade possível.

Propositadamente, todas as figuras estão com os cortes definidos abaixo dos olhos. Não quero personalizar as pessoas das imagens e assim, as manter anônimas.

Quero deixar para os expectadores usar a própria imaginação para que cada um defina os olhos e o olhar da figura.

Por outro lado, quero sugerir que cada observadora se sinta no lugar das figuras. Caminhe, na sua imaginação, com toda sua sensualidade, dentro do ambiente criado, de forma a refletir e quem sabe, incorporar para o seu dia-a-dia essa espontaneidade.

Já o observador, quero estimulá-lo perceber a beleza da mulher e a sua graciosidade no seu caminhar ou postura.