Adicionado dia 14 de jul. de 2015
Eu nunca havia estado num lugar assim... tão escuro e sem sinais. Nada como este lugar para inexistir. Ainda sinto nas mãos os toques dos dedos de quem me amparava, quando tinha mêdo. Mas, não consigo alcançar.Tudo o que pretendí, ao nascer, foi salvar almas. Devo ter caído de algum monte de chão, de pasto, de restos, ou, de estrelas, não sei. Mas, me lembro sempre de um céu azulzinho com poucas nuvens que me sinalizavam ao passar. Pareciam-me dizer algo.
De certo que não entendia, pois, era só um menino feliz demais pra deixar de brincar com as formas que me mostravam do alto. Ainda não entendo, mas... Se forem ditas as mesmas coisas nos meus ouvidos, posso enxergar da alma boa que me habita e, rever que, de vez enquando, ainda posso enchergar a tudo de novo. O pasto verdinho, as colinas, as montanhas azuis e violeta; o lago que refletia todos os meus mundos e, até a minha amiga. Tenho amigos, sim. Posso fazelos passar por mim e posso pedir que fiquem, mas... não na escuridão de uma caverna... , não! Isso eu não devo fazer. Este lugar é muito escuro. Mais que todo o universo! E penso que eles nem poderiam me encontrar.
Só eu que posso encontrá-los nos meus desejos. Mas, desejos não são amigos, são só acompanhantes do tempo. Quando eu vivia num vale cheio de cores vivas, brincava com desejos. Eles também temiam as coisas, como eu. Eles sumiam sempre que surgiam os momentos de paz da minha alma e, eu pensava que ambos não se gostassem. Não era isso, não! Foi tudo pelas luzes do céu. quando acendiam sempre, não havia o que ensear senão de só querer fazer parte e correr; correr muito; muito de pressa pra poder ver a tudo. E voar... ah! Como que é bom voar! Sempre voei nem tão alto, que foi pra olhar mesmo, as coisas iluminadas. Quantas vezes eu eu enfeitava os bosques, enchendo e espalhando as flores caidas, por cima dele.
Na verdade, bem no fundo desejava, mesmo quando me ia embora de volta pelo caminho que o céu me levava, que elas revivessem. Talvez nem eu percebesse isso, mas queria sim, que nada morresse; Mesmo assistindo o céu impor um tempo a cada momento de vida que iluminava. Então, penso que o meu tempo pode já ter se esgotado nos meus momentos. Ou, havia tantos momentos em mim, que acabaram com o meu tempo e eles restaram comigo, aqui, sem brilho algum. Não sei viver numa toca, como sabe a lebre! Devo ter que usar então, os momentos que me restarem, para pintar uma luz, ou, um brilho. Não sou um céu, mas, me lembro dele. Não vejo a nada, mas minha alma vê pelos meus momentos que, em tudo havia brilho. Mesmo quando o céu esbravejava, jogando tons escuros em todos nós... , mesmo à noite, havia brilhos. Eram das luas de Jupter... ou, das galáxias. Eu sempre acreditei nas estrelas. E sei que meu céu foi quem me ensinou as cores do tempo. Por isso, por amor ao tempo, que meu céu me criou menino; Ainda que o estranho medo tente me arrebatar, pintarei na escuridão, as luzes que brilham eternamente nos meus momentos, enquanto o proprio céu não vem me salvar. Afinal, Deus poderá ter um céu sem o tempo?