Bela Ruiva Drawing by Ana Ferrarezzi

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  • Original Artwork Drawing, Pastel on Paper
  • Dimensions Height 25.2in, Width 19.3in
  • Categories Drawings under $500 Figurative
Bela Ruiva (Conto do livro Imprevisibilidade- Ana Ferrarezzi) Preocupado, Rafael abriu caminho através de uma pequena multidão em direção ao bar. Julgava que, assim como o hospital tem a finalidade de curar doenças, essa boate aliviaria o coração partido de Gilberto. Bom, ao menos massagearia o ego tragicamente abalado de seu amigo.
Bela Ruiva (Conto do livro Imprevisibilidade- Ana Ferrarezzi)

Preocupado, Rafael abriu caminho através de uma pequena multidão em direção ao bar. Julgava que, assim como o hospital tem a finalidade de curar doenças, essa boate aliviaria o coração partido de Gilberto. Bom, ao menos massagearia o ego tragicamente abalado de seu amigo.
Rafael estendeu sua cartela para o barman e pediu:
— Dois uísques, por favor.
De fato, a melhor opção era embebedar Gilberto.
Rafael recebeu as bebidas e entregou um dos copos para o amigo. Tomou um gole e inspecionou o local. Será que Gilberto conseguiria assimilar a alegria ao redor? Deu um leve tapa no ombro do amigo, convidando-o para o presente. Sorriu, meio sem jeito, quando encontrou os olhos tristes de Gilberto. O que poderia dizer nesse momento? Não lhe parecia apropriado xingar a esposa do parceiro, Cláudia, apesar de a ordinária merecer.
— Esqueça isso... — Rafael disse, dando de ombros. Foi o melhor que conseguiu falar nesse momento. O que mais diria seu amigo, que havia flagrado o carro de sua esposa entrar em um motel?
Rafael tomou outro gole e apontou para o copo de Gilberto. — Vai esquentar.
Gilberto levantou as sobrancelhas como se somente agora tivesse se dado conta de que segurava um copo gelado. Então assentiu e engoliu a bebida em um único gole. Logo em seguida, fez uma expressão firme para aguentar o ardor em sua garganta.
Rafael bateu outra vez no ombro do amigo, mas dessa vez com ligeira satisfação.
— Oi! Quer dançar?
Uma ninfa angelical, com curvas deliciosas e um belo cabelo loiro, invadiu o espaço de Gilberto. Ela sorria e, enquanto aguardava a resposta dele, colocou ambas as mãos na cintura numa postura adoravelmente impositiva.
Ao ver a expressão abobalhada do amigo, Rafael pegou o copo vazio da mão dele e o empurrou levemente em direção à loira. Comemorou, ao ver o amigo finalmente sorrir quando começaram a dançar forró.
Confiante de que Gilberto estava em boas mãos, Rafael decidiu circular. Subiu um lance de escadas e adentrou outro ambiente. Numa pista no andar superior as pessoas dançavam um ritmo de danceteria. Parou assim que entrou. Precisava de alguns segundos para se adaptar à pouca luz, mas se sentiu completamente encantado. A escuridão lhe dava um sentimento especial de liberdade.
Rafael atravessou a multidão e começou a dançar. Fechou os olhos para sentir o andamento da música. Então, sem que pudesse prever, surpreendeu-se ao ser atacado por um beijo suave, com gosto de menta. Abriu os olhos e viu uma cabeleira encaracolada. Suas mãos caminharam pelo corpo feminino e notou, com exagerada satisfação, como era suave e curvilíneo. Gemeu de prazer com o delicioso e inesperado ataque.
Virando a estranha de costas, pressionou o corpo dela sobre sua ereção e ela gemeu.
Isso o deixou a ponto de explodir. A beijou novamente. Sem descolar os lábios da moça, ele a conduziu até um canto mais escuro da boate, incapaz de interromper aquela selvageria.
Beijar e passar as mãos pelo corpo de uma estranha tornou-se, para ele, puro delírio.
Ela se distanciou e pediu para ele aguardar. Disse que precisava ir ao banheiro. Bom, pelo menos foi isso que Rafael entendeu. O alto som da danceteria dificultava qualquer conversa. Seguiu a forma feminina e, assim que ela abriu a porta, viu sua cabeleira ruiva. Lembrou-se de Cláudia. Não conseguiu evitar. A esposa de Gilberto também era ruiva.
Incomodado, Rafael desceu as escadas em direção ao bar. Parou ao encontrar Gilberto ao lado da loira, exibindo um largo sorriso. A alegria do amigo aliviou Rafael, um pouco.
— Estávamos no segundo andar — Gilberto comentou. Rafael sorriu ao notar que o amigo falava no plural. Queria abraçar a loira, pois, sem saber, ela se tornara o remédio que iria aliviar a dor de corno do amigo. Gilberto prosseguiu: — Te vi praticamente devorando uma ruiva. Quem é?
Uma faísca de rancor brilhou nos olhos de Gilberto, deixando claro que Cláudia havia acabado de invadir seus pensamentos.
— Ninguém — Rafael encerrou o assunto. Sorriu para o amigo, virou de costas e voltou para o segundo andar, exatamente ao mesmo local. Como estava escuro demais, não saberia pescar a cabeleira de fogo pela pista de dança.
Foi atacado novamente. O perfume indicou que era a mesma ruiva de antes. Imediatamente, sua ereção voltou ao estado de prontidão. Isso o fez investir toda a sua voracidade naquele beijo incrível.
Então, a porta do segundo andar se escancarou, permitindo, por breves instantes, que a luz clareasse o local. Pensou em carregar a moça para outro canto, ainda mais escuro, para satisfazer seus desejos mais eróticos. Mas, em vez disso, libertou-se dos lábios carnudos da ninfa e viu o belo rosto de Cláudia.
A surpresa evidente no olhar dela só não foi maior do que a perplexidade de Rafael. Gilberto havia acabado de flagrar o carro de Cláudia entrar em um motel. Ela não poderia estar em dois lugares ao mesmo tempo! Ou poderia? Além disso, por que o beijava? Pior, por que, pela expressão de Cláudia, lhe pareceu evidente que ela não esperava estar beijando o melhor amigo do seu marido? Ele a soltou. Estava confuso. Precisava pensar. Subitamente, toda aquela excitação se transformou na mais pura fúria.
Como uma fera descontrolada, Rafael abriu a porta do recinto, expondo claramente sua indignação apesar de sua ereção projetar uma mensagem bem diferente.
— Pare! — ela implorou. Segurando-o pelo braço, impediu que ele descesse a escada. — Deixe-me explicar.
Rafael cruzou os braços e praticamente a chicoteou com suas palavras: — Gilberto viu seu carro entrar em um motel. — Apontou para o segundo andar, incapaz de manter sob controle seu tom de voz. — Você me beijou. Duas vezes.
Estendeu dois dedos, como se ela fosse surda.
— E você gostou — ela completou, rispidamente.
— Não vi que era você! — ele respondeu, lançando os braços para o alto.
— Emprestei o carro para o meu irmão, seu idiota! Deixei um recado no celular do Gilberto, informando que eu estava saindo para um happy hour com o pessoal do trabalho.
— Você, uma mulher casada, beija a boca de um estranho, na frente de seus colegas de trabalho?! — Rafael soltou uma sonora gargalhada e prosseguiu: — Você é esperta demais para queimar seu filme desse jeito!
Cláudia entrelaçou os braços. Ela olhou para o chão, em plena rendição. Então explicou: — Menti. Saí com minhas amigas. É o aniversário de Carol. Saí, menti... confesso. Mas minha intenção não era trair, até agora. — O tom de voz e a expressão firme de Cláudia davam crédito a sua confissão. — Até o ver beijando uma loira... Se ele pode se divertir, também posso.
Rafael não quis mais ouvir. Desceu a escada, mas sentiu uma mão suave segurar seu braço, novamente. De maneira exagerada, reagiu. Saltou para trás com os braços para o alto e esbarrou em uma mesa. Nesse exato momento, toda a imagem imaculada de Cláudia se espatifou e quebrou em milhares de pedaços, como o copo que tinha caído da mesa.
Cláudia revirou os olhos e reclamou: — Não me olhe assim....
Sim, boa ideia. Rafael decidiu desviar seu olhar para outro lado, qualquer lado.
Ela prosseguiu:
— Veja bem. Se você for atrás do Gilberto, bêbado desse jeito, acabará falando sem pensar. Reparei nele na pista de dança. Ele nos viu, mas não sabe que estou aqui. Veja bem... você beijou uma ruiva e sou a única ruiva do bar. Olhe em volta!
Rafael olhou para todos os lados, em busca de outras ruivas. Nada. Nem cabeleiras tingidas de vermelho. Em vez disso, acabou encontrando Gilberto beijando a loira no canto do bar. Apreensivo, interrompeu sua busca e curvou-se no meio da multidão.
Então a encarou com verdadeiro horror e Cláudia sussurrou em seu ouvido:
— Esta ruiva precisa sair daqui, com urgência. Será fácil provar ao Gilberto que meu irmão estava naquele carro. O que será difícil, agora, será explicar por que o melhor amigo dele me beijou. Além do mais... — a voz de Cláudia amoleceu alguns tons, quando disse: — Faz tempo que não durmo com outro homem além do meu marido.
Rafael vacilou, queria correr para bem longe, mas era tarde. Já estava envolvido demais para fugir da situação. Meio contrariado, mas sem escolha, fez um gesto para ela se abaixar. Cláudia obedeceu, escondendo-se em meio à multidão no exato momento em que Gilberto acenou.
Rafael retribuiu o cumprimento. Em seguida, adicionou outro gesto, dando a entender que estava de partida.
Gilberto entendeu. De longe, seu amigo agradeceu a força e voltou sua atenção para a loira.
Foi a oportunidade de Rafael. Com um gesto, ordenou a Cláudia que o seguisse para fora da boate.
Melhor assim... Amanhã, ela explicaria o mal-entendido e tudo voltaria ao normal, Rafael julgou.
Hoje, ela acabaria exatamente no local onde Gilberto pensava tê-la encontrado há pouco e, quem diria, com seu melhor amigo.
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Autora de diversos romances que sao retratados em suas obras artísticas, Ana vêem surpreendendo seu público com sua criatividade e seu talento. Author of numerous romances in which its characters[...]

Autora de diversos romances que sao retratados em suas obras artísticas, Ana vêem surpreendendo seu público com sua criatividade e seu talento.

Author of numerous romances in which its characters and scenes are represented on her arts. Ana came surprising the market with her creativity and talent.

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