Formado em Arquitetura e Urbanismo pela UFPR em 2023, minha trajetória artística é uma confluência orgânica de mundos. Desde a infância, a arte pulsou em mim, nutrida pela influência profunda de tios que me mostraram o poder de transformar o imaginário em matéria. Um deles, meu tio Jorge Chueri, pintor de paisagens do interior paulista, me introduziu ao universo do desenho e da pintura. Foi com ele que pintei uma das minhas primeiras telas:o retrato de uma jaboticabeira, que havia em seu quintal. Essa obra, que guardo até hoje, foi um marco — sua “imperfeição”, vista pelos meus olhos de criança, hoje me revela uma precoce inclinação à abstração.O outro tio, um mestre na criação de ambientes efêmeros, revelou como tecidos, luzes e andaimes poderiam metamorfosear o vazio em festa. Essa dualidade, entre a representação e a atmosfera, o concreto e o etéreo, sempre me guiou.
Durante a graduação, as demandas acadêmicas e do mercado me afastaram temporariamente dessa essência. No entanto, o reencontro com a arte era inevitável. Hoje, já mergulhado em meu mestrado na FAUUSP, onde investigo as intersecções entre novas tecnologias, inteligência artificial e a Teoria da Complexidade, minha prática artística floresce. Minha pesquisa expande as fronteiras da experimentação, resultando em obras que cruzam arte, ciência e imaginação.
Em cada traço e em cada cor, busco ir além da representação. Minha arte é uma investigação contínua sobre como compor visualmente pensamentos, lembranças, sentimentos e narrativas, evocando atmosferas singulares. É um convite para o diálogo com o sensível, onde o real e o imaginário, o interior e o exterior, o sentimento e a abstração se encontram. Cada obra nasce desse trânsito, carregando o desejo de tornar visível aquilo que, por vezes, só se sente — e muitas vezes, não se compreende.
