Lucile Callegari é uma pintora francesa contemporânea. Formada em História das Artes e Arqueologia pela Universidade de Bordeaux III, ela prospera na vibrante tapeçaria do mundo associativo e artístico. Nesse meio eclético, ela encontra alimento para seu espírito criativo, sendo as artes visuais, o teatro e a poesia contemporânea as arenas nas quais ela manobra graciosamente.
No ano crucial de 2010, um ano marcado por mudanças tumultuadas, infortúnios e momentos de alegria, ela passou por uma profunda transformação. Desencadeada por uma convulsão emocional súbita e irreversível, a compulsão para criar surgiu dentro dela. O meio escolhido, a pintura, e o tema, a forma feminina, apresentavam-se como caminhos inconfundíveis. Esta expressão artística, nascida das profundezas do seu subconsciente, começou a iluminar o seu caminho, tendo a transcendência como luz guia. Tornou-se um ato libertador, um meio de sobrevivência, um canal para despertar memórias adormecidas, reavivar a esperança e facilitar o crescimento pessoal, tanto para ela como para os outros.
O foco distinto de Callegari no retrato feminino a diferencia. O seu processo artístico envolve o envolvimento com as infinitas possibilidades de exploração estética e emocional que o rosto humano oferece. Nada é pré-concebido. Ela pega um rosto que a inspira e o transforma em algo totalmente novo, distinto do modelo original, mas um reflexo do seu próprio mundo interior, uma manifestação do seu inconsciente. O seu trabalho é rápido e dinâmico, transformando a realidade num cenário teatral, uma tela para encontros cara a cara.
Essas mulheres que ela pinta não são apenas temas; eles são reflexos dela mesma, e seu olhar reflete as profundezas de sua alma. A sua arte serve como testemunho de uma realidade que já existiu, transcendida pela multiplicidade de imagens femininas que ela evoca, tornando-as universais e eternas através das suas infinitas variações. A diversidade dos seus temas acaba por se fundir numa essência singular, um reflexo da sua natureza profunda e íntima, revelada em cada pincelada.
Nas suas criações, Callegari revela os aspectos profundos e estimulantes do seu eu interior. Através da sua arte, ela convida o olhar subjetivo do espectador a imaginar a sua própria narrativa, a sua própria história, pois a arte do retrato é, acima de tudo, um conto de encontro.