Antonio Domingos
Descubra obras de arte contemporâneas de Antonio Domingos, procure obras de arte recentes e compre on-line. Categorias: artistas portugueses contemporâneos. Domínios artísticos: Pintura. Tipo de conta: Artista , usuário desde 2005 (País de origem Portugal). Compre as últimas obras de Antonio Domingos no ArtMajeur: Antonio Domingos: Descubra impressionantes obras do artista contemporâneo. Navegue obras de arte, comprar obras originais ou impressões de luxo.
Classificação do artista, Biografia, Estúdio do artista:
SIMETRIAS • 7 obras
Ver tudoAGUARELAS - I • 7 obras
Ver tudoAGUARELAS - II • 7 obras
Ver tudoAGUARELAS - III • 2 obras
Ver tudoAGUARELAS - IV • 2 obras
Ver tudoAGUARELAS - V • 2 obras
Ver tudoAGUARELAS - VI • 7 obras
Ver tudoAGUARELAS - VII • 1 obra
Ver tudoAGUARELAS - VIII • 7 obras
Ver tudoAGUARELAS - IX • 7 obras
Ver tudoReconhecimento
Biografia
-
Nacionalidade:
PORTUGAL
- Data de nascimento : 1957
- Domínios artísticos:
- Grupos: Artistas Portugueses Contemporâneos
Eventos artísticos atuais e futuros
Influências
Treinamento
Valor do artista certificado
Conquistas
Atividade na ArtMajeur
Últimas Notícias
Todas as últimas notícias do artista contemporâneo Antonio Domingos
Museu Municipal de Paços de Ferreira
A primeira exposição individual, realizada em Setembro de 2004.

Galeria do Vilar/Árvore, no Porto - Fev.2005
Nesta exposição esteve patente a primeira série de telas entitulada "Simetrias" (ver Galeria), bem como uma série de aguarelas concebida no mesmo tipo de linguagem...

Palacete dos Viscondes de Balsemão, no Porto - Out.2005
Para além da série de aguarelas concebidas para esta exposição (ver galeria - Aguarelas XI) estiveram patentes algumas telas pertencentes à primeira série - Simetrias.

ANTÓNIO DOMINGOS - Operador esteta do rectângulo
A pintura de António Domingos debate-se entre o instinto da forma e a forma dominada pela geometria. A primeira mantém-se viva, próxima do movimento impulsivo da natureza. A segunda corresponde à necessidade de encontrar uma certa ordem, regulada pela regra que corrige a emoção e também pela emoção que corrige a regra, segundo as palavras esclarecedoras do notável pintor cubista Georges Braque.
É na tentativa de solução desta complementaridade de aspectos, que envolvem a emoção e a regra, que a pintura de António Domingos adquire pertinente significado, na construção da sequência de quadros, que se organizam uns em função dos outros, sem perda da respectiva autonomia expressiva.
A pintura de A. Domingos parte de uma evidência elementar: as duas direcções básicas em que assenta o espírito construtivo do homem: a vertical e a horizontal e a consequente noção de ângulo recto. Daí, a necessidade de definir o quadro como uma superfície rectangular, em cuja estrutura ortogonal e simétrica, a composição adquire o máximo de estabilidade, solidez e harmonia.
(...)
À rígida, impessoal e minimalista estrutura geométrica, o pintor contrapõe a marca humana do gesto espontâneo e informal que, minucioso e obsessivo, invade as áreas rectangulares, parcialmente diluídas em luz e sombra, criando uma fluidez de cor textural e transparente, que nega a inicial opacidade bidimensional, em favor da sugestão, em claro-escuro e em «trompe l´oeil», da 3ª dimensão, em profundidade e em relevo, para aquém e para além do plano frontal do suporte. Entre a densa obscuridade do azul-negro e a subtil claridade do cinzento azulado, a paleta austera de tons frios do pintor cria uma graduação de valores luminosos.
(...)
O claro-escuro reaproxima a pintura de A. Domingos da evocação da natureza, ou fá-la coincidir com a memória da textura de muros velhos, paredes e portas rectangulares, em cuja opacidade intransponível a luz incide e evidencia a tactilidade da matéria. O muro existe e resiste como suporte sulcado de inscrições visuais e tácteis, tal como na pintura informalista de António Tápies. . (...)
Ao pretender conciliar os opostos, o geométrico e o informal, o racional e o irracional, o consciente e o inconsciente, Apolo e Dionísio, a pintura de António Domingos é sensível à Harmonia Universal. A obra é olhada como um todo. A visão globalizante percepciona o sublime como algo que nos transcende e nos faz acreditar na relação entre o natural e o sobrenatural, o humano e o divino, o finito e o infinito, o visível e o invisível.
A partir do grau zero do conhecimento, cada um corre o risco da sua própria aventura poética e filosófica.
ANTÓNIO DOMINGOS - A Lucidez da Abstracção / A União do Silêncio
E /ou os obstáculos que constituem os objectos na sua pintura. A atitude do pintor perante a questão: o que deve substituir o objecto?
“Não queremos reproduzir queremos produzir (…) Queremos produzir directamente(…)” Jean Hans ARP, 1930
Da pintura de António Domingos, pintor, filho de matemáticos do Porto, ressalta, em síntese, uma perspectiva ecléctica da história do mundo da criação plástica abstracta. Podemos situar a sua produção entre a abstracção lírica e a geométrica, de raiz minimalista, já que como esta última a sua pintura terá, de par com uma certa antinomia, fortes afinidades com a arquitectura como sempre a arte não figurativa teve, e que o pensamento antigo dificilmente associava à arte, sendo nesta perspectiva a arquitectura a única de entre as formas do passado que tem algum parentesco com a arte abstracta do século X X . Pela sua ascendência António Domingos sempre se deu bem com as ciências geométricas, pensamos, diante do seu trabalho. Estas tê-lo-ão levado pela rota dos sinais dessa criação muito humana, do espírito que é a forma, sentimento e consolidação do tempo, de harmonia secreta, logo invisível, logo independente do que é representado, harmonia intrínseca, glosada pelo número áureo, experiência milenar profundamente abstracta – foi prática corrente entre os egípcios, gregos, mas cuja codificação terá sido levada a cabo pelos romanos, através de Vitrúvio, no séc. I A. C.; Leon Battista Alberti prolonga-a até à perspectiva no séc. XV e, finalmente, chega ao famoso tratado de “De divina proportione”, publicado em 1509 por Luca Pacioli que, apoiado nas ideias de Piero della Francesca, liga a forma deduzida do número áureo à perfeição universal, ou seja: a do poder abstracto das formas. António Domingos adiciona a tudo isto a cor de transparências: trata-se de uma pintura fora do alcance do que já se viu nas ditas correntes tradicionais dos “ismos” da arte do séc. XX: de Hartung, Wols, Picabia, Stali, etc., do abstraccionismo lírico da primeira geração, ou dos da segunda, de tradição francesa, Bissière, Bazaine, Manessier, Estève, etc., o pintor do Porto aproveita o que sente. De outro lado o abstraccionismo geométrico marca presença, com os mentores principais na cena internacional: Vasarely, Dewasne e Poliakoff. Na observação da sua obra obtemos como resultado desta prática uma espécie de união do silêncio, “compreender” a música, o surto. Na viagem que percorre, o pintor contempla, como acima referimos, as grandes tradições da criação artística cujas raízes vêm das remotas civilizações míticas, donde todos somos tributários, dos pintores dos grandes panos, referindo, por isso, também os múltiplos momentos de iconoclastia da pintura através da história e de uma maneira geral não só nas artes plásticas como na literatura – pois que as produções nas áreas referidas se completam através da história da arte desde os clássicos. É um pintor abstracto que trabalha com o rigor das horas, todos os dias, desde muito cedo noite adentro, num atelier ao Marquês, no Porto, faz daquele espaço o seu espaço, uma oficina de referências “renascentistas”; pequenos esquiços “ilustrados” pontuados de escritos e de números, na fenestração aparente que espreita do que resta da parede. São sinais métricos sobre o que a história da arte, a estética e os artistas sabem. “Simetrias” é o fio condutor do seu projecto de investigação estética, do trabalho minucioso quantas vezes executado somente a óleo e outras com base a têmpera de acrílico. António Domingos é um pintor que - a exemplo dos artistas monges de Cister e dos seus antecessores de Cluny - ajudou, porque ambos ou todos terão feito viagem idêntica através da produção artística profana, cristã e novamente profana, a projectar de uma maneira impressionante, embora com ideologias diferentes, novos olhares e raciocínios sobre a técnica de “trompe-l’oeil”, momentos culminantes de viragem na arte europeia: a “perspectiva ou a falta dela”, antiguidade clássica/tempo românico, renascimento/impressionismo, respectivamente. Desde a aprendizagem dos clássicos ao desaprender românico, que é afinal outra forma de aprendizagem ou de pré-aprendizagem do impressionismo, o provável início da arte abstracta. A pintura de António Domingos, como parte deste repertório, mostra-nos o valor da opacidade sem fim nem princípios tornada pura vibração cromática, inscrita em toda a superfície da tela, entre a luz e a calma. A obra na relação com o espectador cria um espaço contínuo, habitual, de silêncio e quietação.
Rui Baptista
Bolseiro da Fundação para a Ciência e a Tecnologia
em História Medieval na Univ. de Santiago
Porto, Janeiro de 2005
Em meu redor...
Em meu redor multiplicam-se rectângulos. O papel em que escrevo ou o rectângulo-luz do monitor. A régua. O tampo da mesa, a capa dos livros. Janelas. Cortinados são rectângulos ondulados, desbotados de tanto se entregarem ao dourado do Sol. Os armários. As gavetas dos armários. Os puxadores das gavetas dos armários. Dentro das gavetas, as folhas brancas e coloridas, espessas, rugosas ou quase transparentes.Nos rectângulos que piso acumulam-se nuvens de tinta salpicadas de líquidas explosões miniaturais. Cada um contém infindáveis galáxias riscadas pelos meus passos em turbilhões de estrelas cadentes.

Expos Collective (Listing)
1978 Soc.Martins Sarmento, Guimarães
1979 Coop.Árvore, Porto; Bienal do Avante.
1980 Coop.Árvore, Porto; Soc. Nacional de Belas-Artes, Lisboa
1984 1ªExposição de Artistas Jovens do Ateneu Comercial do Porto
1985 Escola Secundária Rodrigues de Freitas, Porto
1988 Casa do Povo, Santa Maria de Lamas
1999 “XVII Exposição Colectiva dos Sócios da Árvore”, Mercado Ferreira Borges, Porto
2000 “XVIII Exposição Colectiva dos Sócios da Árvore”, Mercado Ferreira Borges Porto
2002 “XIX Exposição Colectiva dos Sócios da Árvore”, Mercado Ferreira Borges, Porto
2003 “XX Exposição Colectiva dos Sócios da Árvore”, Cooperativa Árvore, Porto
2004 “XXI Exposição Colectiva dos Sócios da Árvore”, Cooperativa Árvore, Porto

Expos Solo (Listing)
2004 Museu Municipal de Paços de Ferreira.
2005 Galeria do Vilar / Árvore, Porto;
Museu de Ovar;
Pousada de Santa Marinha da Costa, Guimarães;
Palacete dos viscondes de Balsemão, Porto

Artigo
ANTÓNIO DOMINGOS
Nasceu em 1957, no Porto.
Concluiu em 1979 o Ciclo Básico da ESBAP.
Foi professor de Educação Visual e dedica-se actualmente a tempo inteiro à pintura.
The Divine Proportion
Lá fora os rectângulos são pedra, tijolo, azulejo. Madeiras semi-devoradas pelo cinzento frio das neblinas, onde o vento escreveu histórias de fumo e poeira. Chapas reluzentes tornaram-se rectângulos de ferrugem escorrendo sobre cimento esboroado. Arestas de luz desenham nas paredes horizontes de silêncio onde o olhar se perde em nebulosas de granito. Rectângulos de cantaria assentam em linhas de terra e betão.
Na minha frente, o branco da tela. Rectângulo de ouro entretecido onde repousa a alvura primordial aguardando a lenta transmutação,a alquimia mágica das cores. Equilíbrio perfeito.A unidade originou a dimensão indizível mas que cabe, inteira, num abraço. A mão multiplica carícias de azul e cinza, traça na sombra fugazes meteoros, arranha no pano indeléveis cicatrizes. Semeia planetas. Derrama no espaço a claridade difusa de alvoradas de névoa. Da simetria dos gestos repetidos emergem texturas diluídas na harmonia dos rectângulos que a fórmula antiga gerou. Silenciosos e imóveis. Portais de um universo sem nome. Sem princípio nem fim. Eterno.
António Domingos, Setembro/2005
