Suzanne Salvini

2012 Corpo Feminino – Alegoria Artística – Guarulhos

2007 II Salão de Arte Contemporânea UNIMESP.
2008 I Mostra de Arte da VBM Pinturas.
Salão de Artes Visuais UNIFIG – 2008 – Galeria Massami Kishi.
5° Sarau da UCAT – União Cultural do Alto Tietê – “A ciranda das artes”.
II Mostra de Arte da VBM Pinturas.
2009 Mostra de Artes Visuais “Natureza” – Galeria Massami Kishi.
V Salão de Artes Plásticas de Suzano.
Temporada de Projetos na Temporada de Projetos – Paço das Artes.
2010 III Salão de Artes Plásticas de São José do Rio Preto.
2011 Guarulhos 450 Anos de Histórias
IV Salão de Artes Plásticas de São José do Rio Preto.
Salão de Arte de Mato Grosso do Sul – 2011 Campo Grande
2012 Exposição coletiva – Carnaval – Guarulhos
Coletivo: Encontros e Intervenções – Arte na Cervegela – Guarulhos
Coletivo: Encontros e Intervenções – Comemoração de um ano do coletivo - Guarulhos
Mostra Paralela a Bienal de Arte –Artes e Ofícios para todos – São Paulo
V Salão de Artes Plásticas de São José do Rio Preto.
2013 Ocupação Coletiva NúHUB – São Paulo
10º Salão de Arte Contemporânea de Marília- São Paulo.
I Mostra Livre de Artes Visuais: SOMOS – Feia 2013 - Campinas

2002 Concurso Cartaz sobre a Paz de Lions Clube International
2003 Concurso Cartaz sobre a Paz de Lions Clube International
2006 I Mostra de Artes Lions Clube de Arujá
2011 Premiados 450 anos de Guarulhos

No ensino acadêmico, o corpo humano pode ser visto como o centro simbólico e iconográfico, talvez o tema central da arte de cunho figurativo. O conhecimento do corpo e sua exata representação foram, ao menos desde o Renascimento, considerados aspectos primordiais na formação de qualquer artista, aprendidos principalmente a partir das aulas de modelo-vivo.

[...]

A retratação do corpo é uma tradição na arte ocidental anterior mesmo á formação das academias de belas artes. Porém, sua representação pode ocorrer de maneiras as mais diversas; buscando a cópia mais fiel de um corpo físico, ou de forma distorcida, a enfatizar processos psíquicos, ou ainda aproximando-se das geometrizações. Apesar das regras, sempre há espaços em seu interior para a transgressão¹.



Durante sua formação na Universidade Metropolitana da São Paulo (Guarulhos), Suzanne Salvini desenvolveu uma série de rascunhos do corpo feminino durante as aulas de modelo vivo.
Foram selecionados para serem exibidos os estudos com mais significância para o processo de criação desta. O conjunto desses esboços feitos em 2008 mostra a importância que a artista atribui para tais estudos, realizados até os dias de hoje como parte fundamental para a criação de suas composições.

¹NASCIMENTO, A. Paula.O nu além das academias. 2011. P.8, 41.

A beleza do corpo feminino e as relações de conflito do universo da mulher compõem a poética da pintura de Suzanne Salvini, que com seu traço característico, ilustra as tensões entre bem e mal, certo e errado, entre o permitido e o proibido, como alegoria contemporânea da estética do erótico e do sensual.
Nas obras são exploradas as propriedades dos materiais utilizados, no caso as diversas texturas de retalhos de tecidos e suas cores, que se fundem com as cores da tinta, e esta ligação se dá no momento em que a tinta escorre e esbarra nos retalhos e estes absorvem a tinta criando manchas, “novos desenhos, que surgem do acaso”. A tinta que escorre faz surgir uma ligação não só entre pano e tinta, mas também entre tinta e tinta, das pinceladas do plano superior da tela, com o plano inferior, deixando o observador sem saber onde começam e onde terminam as pinceladas, justamente por estarem interligadas.
O pano cria uma ilusão de profundidade, uma perspectiva ilusória, onde também não se sabe se as sombras que aparecem são pintadas ou projetadas pelo tecido.
As obras são costuradas a mão, onde há uma maior proximidade entre a artista e a obra. Este conceito é baseado no trabalho da artista Nike Schroeder. Esta borda imagens femininas extremamente complexas diretamente sobre a tela, deixando “escorrer” as linhas de sua costura.
Este interesse por cores e texturas também se deve a observação de fotos do artista August Bradley, que compõe suas fotografias com modelos femininos muito bem vestidas com este conceito, ressaltando que o ambiente das fotografias também é colocado neste plano.
O estudo da “tinta escorrida” partiu de pinturas da artista Chrissy Angliker que deixa a tinta escorrer, pois acredita no desenho feito do acaso, onde não há um controle total da tinta que é aplicada na tela.
Buscando o que permeava a poética de Salvini, a mesma foi buscar artistas cujas obras citadas acima influenciaram muito em seus processos de criação, ampliando sua visão e interesse sobre como articular atravésde seus estudos exploratórios a junção de elementos diversos como as formas humanas, em voga, a feminina e os já citados que são as cores, texturas e técnicas desenvolvidas.
Os trabalhos desta série têm como foco abordar o corpo feminino, mas o corpo como objeto, decorativo, alegórico. O corpo feminino funcionaria como pano de fundo para abordar estudos sobre cores e texturas, desnudando esse corpo, que por vezes deixa de ser um corpo decorativo no sentido de fútil, ou menos importante, para fazer parte de um desdobramento do ser, onde visualiza-se um corpo frágil, um corpo que ganha outras dimensões e movimento através da cor, dos tecidos propositalmente e estrategicamente agregados.

Suzanne dos Santos Salvini nasceu em 8 de julho de 1989 em Mogi das Cruzes, São Paulo.
Desde pequena demonstrou habilidades para o desenho e a pintura. A partir de 2002 passou a frequentar ateliês na cidade onde mora (Arujá) para desenvolver tais habilidades e aprender novas técnicas artísticas.
Tendo autonomia para criar, a artista produz suas primeiras obras, e ainda em 2002 recebe sua primeira premiação em um concurso de cartazes promovido pelo Lions Clube de Arujá.
Em 2007 ingressa na UNIMESP – FIG, no curso de graduação em Arte, onde reeduca o seu olhar focando a sua produção na arte contemporânea. Tendo o corpo feminino como tema, Suzanne se dedica nas aulas de modelo vivo, onde faz estudos do corpo da mulher em vários ângulos, estudos estes que iriam refletir mais tarde na sua atual série de pinturas.
Neste processo de formação, Suzanne Salvini conheceu o trabalho de vários artistas que abordam o mesmo tema, artistas como Jenny Saville que influenciaram seu processo de criação durante algum tempo.
Depois de três anos de pesquisas e experimentações artísticas, a mesma chegou à obra intitulada “marionete” pintada em 2010. Esta seria a primeira pintura da série abordada neste portfólio.
Vale à pena ressaltar que a poética das obras em questão não são fundamentadas apenas na visão do corpo feminino, mas estas abordam questões mais profundas em relação a conflitos internos da artista e do universo da mulher. Suas imagens provem de situações decorridas do dia a dia, de estudos da mitologia grega e muitas das vezes do inconsciente.