O Muro (2023) Pintura por Rogério Morais

O quadro "O muro" retrata uma cena que convida os espectadores a refletirem sobre as complexidades da sociedade contemporânea e suas implicações. A obra é uma representação visual da barreira que a falta de educação cria para muitos indivíduos, impedindo-lhes o acesso a uma vida melhor e empurrando alguns para opções desesperadas.

No centro da composição, um imponente muro de livros amarrados com cabos de rede de computadores em cantoneiras. Esse muro simboliza a barreira construída pela falta de educação e oportunidades. Por trás desse muro, a silhueta icônica do Cristo Redentor emerge ao fundo, observando silenciosamente a cidade, o mar e os prédios que representam áreas nobres e inacessíveis para muitos.

No primeiro plano, um fuzil repousa apoiado no muro de livros e cabos, como se fosse uma vara de salto ou uma escada improvisada para superar a barreira. Esse fuzil representa a opção desesperada de algumas pessoas que, diante da falta de oportunidades, são levadas para a vida do crime. A saída do projétil está apontada para baixo, com o cano voltado para o espectador, uma referência ao fato de que a indiferença em relação à falta de oportunidades as pessoas carentes faz com que os tiros dessas armas se voltem contra todos nós.

No chão, ao lado do fuzil, encontram-se cartuchos de munição. Esses cartuchos dispersos à direita e à esquerda, assim como no centro, simbolizam que, enquanto as pessoas debatem superficialmente questões políticas de esquerda e direita, os projéteis disparados atingem a todos indiscriminadamente. Essa imagem serve como um lembrete de que a falta de oportunidades e a desigualdade afetam a sociedade como um todo, independentemente das afiliações políticas.

"O Muro" nos convida a repensar nossa responsabilidade coletiva na criação de oportunidades e no combate à desigualdade, destacando as consequências devastadoras quando falhamos em fazê-lo.

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