Christophe Lambert: Colecionando com Coração e Intuição"

Christophe Lambert: Colecionando com Coração e Intuição"

Jean Dubreil | 29 de nov. de 2023 7 minutos lidos 0 comentários
 

Christophe Lambert, ator renomado, revela uma paixão monomaníaca pela arte, colecionando com intensa devoção pessoal. Apesar das desventuras, ele continua comprometido com seu amor pela arte, sonhando com um espaço público para compartilhar seu eclético acervo

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Christophe Lambert

Christophe Lambert, também conhecido como Christopher Lambert, é um ator francês mais conhecido por seu papel no filme cult de 1986 "Highlander", onde interpretou Connor MacLeod. Nascido em 29 de março de 1957 nos Estados Unidos, mas criado na Suíça, Lambert iniciou sua carreira no cinema na França, na década de 1980.

Ele ganhou atenção pela primeira vez no cinema francês antes de embarcar em uma carreira internacional. Além de "Highlander", ele apareceu em filmes como "Greystoke: A Lenda de Tarzan" em 1984, "Mortal Kombat" em 1995 e "Subway" em 1985, dirigido por Luc Besson, que lhe rendeu elogios.

Embora francês, Lambert estrelou vários filmes em língua inglesa, demonstrando sua versatilidade e sucesso internacional. Sua vida pessoal, principalmente seu casamento com a atriz Diane Lane, também atraiu a atenção do público.

Amante da arte

Christophe Lambert também é conhecido por seu interesse pela arte. Fora da carreira de ator, ele se destacou pela apreciação da arte e pela participação em diversos eventos e projetos artísticos. Lambert era frequentemente visto frequentando galerias de arte e exposições, demonstrando seu comprometimento e interesse pelo mundo da arte.

O seu amor pela arte não é apenas passivo; ele também esteve envolvido em projetos artísticos. Isto por vezes inclui apoiar jovens artistas ou participar em eventos artísticos, o que demonstra o desejo de contribuir ativamente para a cena artística.

Como começou seu amor pela arte?

A paixão de Christophe Lambert pela arte começou na infância, moldada por experiências únicas e encontros inspiradores. Sua primeira interação significativa com a arte ocorreu aos oito anos, durante uma visita com seu pai a um leilão em Genebra. Este momento, em que pôde observar de perto as obras de arte e presenciar o fascinante espetáculo do leiloeiro, deixou-lhe uma marca indelével. Lambert ficou particularmente cativado pelo papel do leiloeiro, que compara ao de ator, enfatizando a importância da adrenalina e da emoção no processo de aquisição de obras de arte.

Ao contrário do que se possa pensar, o pai de Lambert não era colecionador de arte. Trabalhando nas Nações Unidas e tendo uma grande diferença de idade com o filho, procurou formas de passar tempo com ele, daí as suas visitas a leilões e até sessões de ioga, embora Lambert admita que muitas vezes adormece durante estas últimas.

A verdadeira revelação para Lambert veio de seu amigo de infância, Stéphane Barbier-Mueller, de uma família de colecionadores apaixonados. A casa de Barbier-Mueller, semelhante a um museu, estava repleta de obras de arte acumuladas por seu avô, um colecionador compulsivo que poderia passar anos acumulando os fundos necessários para adquirir uma peça. Essa imersão em um ambiente onde até uma pintura de Cézanne pendurada no banheiro impressionou profundamente Lambert.

Esta exposição e experiências precoces despertaram em Lambert um profundo interesse pelo colecionismo de arte. Ele ficou comovido com a determinação e paixão da família Barbier-Mueller pela arte, uma característica que parece ter sido transmitida aos seus descendentes, que se tornaram colecionadores. Foi assim que o próprio Lambert “pegou o bichinho da coleção”, iniciando sua própria jornada no fascinante mundo da arte.

O que ele coleta?

A coleção de arte de Christophe Lambert reflete grande diversidade e interesse em diversos movimentos artísticos. Ele começou a colecionar há cerca de trinta anos e sua coleção inclui uma variedade de obras que vão desde arte impressionista até arte ingênua, arte moderna e contemporânea. Entre os artistas modernos e contemporâneos que aprecia estão Enoc Perez, Fiona Rae, Rosson Crow e Jean-Pierre Jouffroy.

Uma virada em sua coleção ocorreu em 2007, quando conheceu Henri Thuaud, agente do artista americano JonOne. Este encontro levou Lambert a ser apresentado a Arnaud Oliveux, que na altura organizava a sua quarta venda de arte de rua no Artcurial. Este evento marcou o início do seu interesse pela arte de rua, género que admira pela sua energia sem limites e pela sua capacidade de sair da tela.

Lambert fica particularmente emocionado com a forma como a arte de rua parece viver e se mover, oferecendo uma nova descoberta a cada dia, como uma paisagem ou um rosto que se revela de forma diferente a cada olhar. Para ele, uma “grande” pintura é aquela que tem a capacidade de nutrir emocionalmente, de criar uma ligação emocional profunda com o espectador.

Esta abordagem à colecção de arte mostra que Lambert não se limita a critérios estéticos clássicos ou tradicionais. Parece procurar obras que falem a um nível mais pessoal, que vibrem com uma energia e presença que transcenda a moldura da tela.


Os artistas de rua de sua coleção


  • JonOne (John Andrew Perello) : Nascido em Nova York em 1963, JonOne é um artista de arte de rua de origem dominicana. Começou com graffiti nas ruas do Harlem antes de se mudar para Paris na década de 1980. Seu estilo é caracterizado por cores vivas e movimentos fluidos, mesclando o graffiti com o expressionismo abstrato.

  • Jef Aerosol : Artista francês nascido em 1957, Jef Aerosol é um pioneiro da arte urbana na França. Conhecido pelos seus estênceis preto e branco com um característico toque vermelho, ele retrata frequentemente ícones culturais, pessoas anônimas e cenas da vida cotidiana.

  • Speedy Graphito (Olivier Rizzo) : Nascido na França em 1961, Speedy Graphito é um dos precursores do movimento de arte urbana na França. Seu trabalho, rico em cores e símbolos, explora a cultura popular, a mídia e a tecnologia.

  • Banksy : Artista britânico anônimo, Banksy é conhecido por sua provocativa arte de rua, que combina sátira política e humor negro. Ativo desde a década de 1990, suas obras são frequentemente acompanhadas de comentários sociais e políticos.

  • Blek le Rat (Xavier Prou) : Pioneiro francês da arte de rua, nascido em 1951, Blek le Rat é famoso por seus estênceis que influenciaram muitos artistas, incluindo Banksy. Seu trabalho explora temas sociais e políticos, muitas vezes focando aqueles que estão à margem da sociedade.

  • Invader : Artista francês anônimo ativo desde a década de 1990, Invader é famoso por seus mosaicos inspirados em videogames da década de 1980, notadamente os famosos "Space Invaders". Suas obras estão espalhadas pelas ruas de cidades ao redor do mundo.

  • Shepard Fairey (Frank Shepard Fairey) : Nascido em 1970 nos Estados Unidos, Fairey é artista de arte de rua, designer gráfico e ativista. Ele é mais conhecido por seu pôster "Hope" de Barack Obama e pelo logotipo "Obey Giant". Seu trabalho combina influências da cultura pop, política e publicidade.

  • Ronnie Cutrone : Nascido em 1948 e falecido em 2013, Ronnie Cutrone era um artista americano conhecido por suas obras de arte pop vibrantemente coloridas. Assistente de Andy Warhol na década de 1970, seus trabalhos são frequentemente imbuídos de humor sutil e de uma crítica à cultura de consumo americana.

Um colecionador que acumula!

Christophe Lambert revela um lado menos conhecido de sua personalidade através de sua paixão por colecionar arte. Seu método de colecionar é único: adota uma abordagem quase monomaníaca, semelhante à sua fidelidade a um bom restaurante onde poderia pedir o mesmo prato durante anos. Esta lealdade traduz-se na sua coleção de arte ao concentrar-se em alguns artistas que o cativam, em vez de procurar uma grande diversidade.

Este método de colecionar pode não ser convencional para criar uma coleção equilibrada, mas reflete a sua forma pessoal de apreciar a arte. Lambert convive com sua coleção de forma bastante organizada, sabendo exatamente onde cada nova aquisição caberá nas paredes de sua casa, como peças de um quebra-cabeça. Ele divide sua vida entre Genebra e Los Angeles, onde parte de sua coleção fica exposta nas paredes, enquanto o restante é cuidadosamente guardado.

Sua coleção hoje conta com cerca de trezentas pinturas. Esta acumulação por vezes levanta preocupações práticas, como, por exemplo, após uma grande tempestade, quando ele pode viajar quilómetros para garantir que as suas reservas não foram danificadas.

O maior sonho de Lambert como colecionador é poder preservar sua coleção e compartilhar sua paixão com o público. Aspira a ter um amplo espaço aberto ao público, permitindo que outras pessoas possam desfrutar das obras que colecionou. Este objetivo sublinha o seu desejo não só de possuir arte, mas também de torná-la acessível, refletindo uma generosidade de espírito que vai além da simples acumulação.


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