Adicionado dia 29 de jul. de 2009
Razuk, um velho-novo pintor (velho no sentido de experiente, já que há mais de quatro décadas vem fazendo as suas incursões plásticas às escondidas, na solidão de seu atelier, e novo, porque, só ultimamente, graças às insistências dos amigos, vem mostrando obras suas ao público) - irrompe agora no panorama de nossas artes qual uma aura amena, sem questionamentos, a não ser os auto-referentes enquanto ser humano, e sem "por quês", a não ser aqueles contornantes da própria sorte, porquanto seu único objetivo é somar.
Curioso e aplicado, começou por tudo experimentar e inventar termos, de material e a viajar pelas mais variadas possibilidades estilísticas, até encontrar-se com segurança e entregar numa certa magia de formas que nos mantêm em suspenso, quando uma espécie de mágico realismo infunde vida a frutos que o não são, emaranhados em estruturas de sonhos, que o são.
Este o campo de pintura em que o velho-novo amigo Razuk (já que todos quantos acabam de conhecê-lo, saem com sensação de que o têm conhecido a vida toda) se afirma, pintura em que todas as antíteses encontram abrigo, mas de maneira pacífica e sábia, e onde os símbolos simultaneamente claros e obscuros jogam-nos o tempo todo em miríades antinômicas, levando-nos à pergunta: onde a chave?
Mas ela está tão perto, ao nosso alcance! Está na junção necessariamente premonitória do universo de símbolos que, decodificado, produz o encatamento e revela a vida.
PIERRE SANTOS
Membro da Associação Brasileira de Críticos de Arte
Membro da Associação Internacional de Críticos de Arte