Armando Ferreira

Armando Ferreira nasceu a 14 de maio de 1951 em Alpiarça. Foi residir para Lisboa em 1962 onde estudou e desenvolveu os seus conhecimentos nas artes nomeadamente como designer de mobiliário, em decoração, cartazista e cenógrafo. Em 1966 estabelece o seu atelier onde desenvolveu o seu trabalho ligado à escultura e pintura. Fez visitas de estudo ao Museu do Louvre com elevada frequência, Museu de Arte Moderna, Pavilhão das Tullieries, retrospetivas de Picasso e Museu Rodin. Desde 1980 são comercializados em Paris trabalhos em escultura e pintura para Portugal, Espanha, França, Bélgica, Itália e Alemanha. É na década de setenta que começa a trabalhar na escultura urbana (médios e grandes volumes em mármore e bronze) trabalhando simultaneamente na pintura.
A originalidade da sua escultura e da sua pintura está na energia e espontaneidade dos volumes. O seu trabalho é intimista por excelência, utiliza, uma linguagem expressiva, figurativa entre o realismo e o expressionismo. A obra deste artista serve sem favoritismos, a grande expressão gestual, que se dimensionam no espaço como um bailado ou como uma dança. Artista muito solicitado pela sua visão invulgar repleta de vigor que patenteia na sua obra. Na pintura expõe há mais de quarenta anos, usa cores frias de uma paleta muito restrita, entre os cinzentos sombrios, os azuis sujos e os castanhos melancólicos. A origem das suas pinturas passa por uma visão filtrada de quem gosta de trabalhar a pedra, cujas texturas e cores consegue, com inusitada habilidade transferir para a tela, marcando com invulgar vigor todos os seus trabalhos. São caraterizados por um desenho marcado por grandes resoluções compositivas que, em vez de passarem pelo traço, são vincadas por sugestões de esquiços que fazem aparecer as imagens, numa metamorfose encantatória. Estamos perante uma pintura realista expressionista, onde tudo é representado através da imagem recorrente da textura do mármore que tanto gosta de explorar. É através das imagens que se emanam da pedra e por ela sugeridas que o artista faz as suas abordagens pictóricas. São as texturas, as manchas, as listas, os traços, os veios que contam histórias de um passado. Ao esculpir vão surgindo dentro do bloco de pedra as imagens que o autor pretende dignificar. Os seus trabalhos impõem uma visão carregada de humanidade, onde a espontaneidade acaba por surpreender. Resumo de uma grande experiencia pessoal, em formas e tons servido por um desenho e traço soberbos de grandes intensidades narrativas e de uma singularidade de cores resultantes de uma estilização especifica da luz.

Desde a década de 80 ao ano de 2015, o autor conta com mais de 25 obras em escultura em mármore e bronze, médios e grandes volumes, peças individuais e conjuntos escultóricos, em espaços públicos, entre as quais a escultura ao P. Nobel da Literatura, José Saramago.

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